Palavra do Presidente

Uma onda de queimadas em todo o País desde o início de 2024, intensificando-se em agosto e setembro, trouxe pânico e interrogações pavorosas. Nas reportagens televisivas, animais fugindo das chamas em locais remotos chegavam aos lares dos cidadãos brasilienses causando angústia. Mas o que parecia um cenário apocalíptico e distante, se mostrou terrivelmente próximo quando, em 20 de setembro, moradores se assustaram com um incêndio florestal ao lado de casas no condomínio Santos Dumont, em Santa Maria, aqui no Distrito Federal. Fica a reflexão, à medida em que o problema se agrava próximo aos nossos lares: PRA ONDE A GENTE VAI FUGIR?

Matéria veiculada pelo site agenciagov.ebc.com.br informa que “de 1º de janeiro a 22 de setembro de 2024, foram queimados cerca de 11 milhões de hectares só na Amazônia, o que representa 2,8% do bioma”.

Mas não é só a Floresta Amazônica que está sofrendo com o fogo. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mobilizou 3,5 mil profissionais nos biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal, desde janeiro até setembro, com apoio de 15 aviões, 14 helicópteros, viaturas e embarcações. O trabalho de combate às chamas tem que continuar, é o que a população espera, rogando também por conscientização, fiscalização e prevenção.

A Região Sudeste, a mais populosa do Brasil, também registrou aumento de queimadas. O estado de São Paulo viveu em agosto de 2024 um dos períodos mais críticos. De acordo com o levantamento do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesimagem 1quisas Espaciais (INPE), foram registrados 5.281 focos de incêndio até o final daquele mês, o que representou um crescimento de 378% em comparação com os 1.104 focos do ano anterior. Terrivelmente, imagens de várias frentes de fogo visíveis em diferentes regiões de São Paulo e do País foram captadas por satélite no auge da crise.

Uma reflexão séria e preocupante sugere ações humanas criminosas (especulações, por enquanto), adredemente orquestradas com um fito de crueldade, brutalidade e malvadeza para com toda a biodiversidade. As queimadas destroem os ecossistemas, aniquilando a vegetação e matando a fauna; os biomas. 

Animais sem qualquer socorro acabam perecendo nas chamas devoradoras, deixando um rastro de calamidade e insanidade humana doentia. Nascentes danificadas, reservas extintas... Cenário de desolação digna de piedade e pranto!

Os animais que sobrevivem carregam sérias lesões, muitas irreparáveis que mais tarde os levam à morte, profundamente sofrida, ou os deixam incapacitados a readaptações. Queimaduras extremas destroem suas patas, causam-lhes cegueiras, afetando danosamente suas bocas e lesando a audição. Os bichos ficam sem rumo, ao perderam seus nichos famílias e habitats. Reina somente a dor e o desespero! Coisa inconcebível na condição humana. Um mundo de sofrimento interminável, criado pela crueldade e barbárie descomunais! Para os bichos, um eterno pavor que agora reina fora e dentro de si.

Somente pessoas abjetas, monstros psicopatas, muito doentias e sem almas, são capazes de causar tamanha destruição e terror. Por isso, preferimos não acreditar em queimadas provenientes da ação humana, porquanto se torna muito difícil pensar que existam pessoas tão bestiais.

Neste contexto, lembremos o lamento dos produtores rurais, piedosamente dos pequenos; e, com infinita indignação; assim se veem, portanto, os protagonistas do agronegócio, de modo que todos (grandes e pequenos) vão, descompensados, lutar para restabelecer as condições e cenários anteriores, de novo adequando-se ao trabalho e produção, de modo totalmente adverso.

Tamanha tristeza fragiliza a nós todos, enquanto seres humanos conscientes da responsabilidade para com todas as criaturas de Deus.

Saudações!