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A realidade do tempo em que vivemos

     

    A introdução de uma matéria no site da FEBRABAN pode ser considerada atemporal: “O debate sobre o volume de dados que a humanidade produz e as necessidades de poder computacional e abril2024de tecnologias como a inteligência cognitiva tem agitado o mundo faz algum tempo”. O texto foi assinado por Adriana Mompean, da redação do site.
    Na sequência da matéria, nos deparamos com uma afirmação atribuída a Murilo Portugal, que presidiu a FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos até 2020: “Os indivíduos não são apenas consumidores de informação, mas também produtores. Os dados, inclusive os dados pessoais, são hoje um dos principais insumos da economia globalizada baseada em tecnologia”, essa afirmação foi feita em 2018 e continua atual.
   Na ocasião, Murilo Portugal afirmou também que “o processamento de dados com base na inteligência artificial e em algoritmos complexos é cada vez mais importante para praticamente todos os setores econômicos”.  Evidentemente, o que afeta a Economia, afeta a vida das pessoas, ao ponto de transformar toda a ordem mundial.
   A revolução digital, sem dúvida, está mudando o mundo e o impacto na mídia tem impulsionado discussões sobre a responsabilidade das informações disseminadas pelas redes sociais, cenário que pode até mesmo desestabilizar democracias em todo o planeta.
   As plataformas controladas por gigantes corporativos e uma gama diversificada de pequenos manipuladores, de olho em benefícios próprios, é uma realidade, sim. A liberdade de expressão é sagrada, mas, por outro lado, a língua da serpente é destrutiva, capaz de separar pessoas, em vez de aproximá-las. Foi assim no Jardim do Éden, na Torre de Babel “et coetera” ou “etecétera e tal”...
   Seja em português formal, latim ou no modo popular de nos expressarmos, a verdade é uma só, resiliente, mesmo cercada por mentiras ou fakenews, como andam dizendo atualmente, em inglês. Passando pelos grunhidos
dos homens das cavernas, desde o surgimento da escrita talhada em cerâmica e pedra, nem tudo que se escreve e se diz pode ser aceito como verdade absoluta, sem análise consciente do contexto geral.
  Peguemos, por exemplo, primeiro a velha imprensa, dominada por magnatas locais que pautam assuntos favoráveis para manter o status quo próprio e promover seus patrocinadores. Em seguida, façamos análise das mídias modernas, controladas por magnatas internacionais e operadas por tanta gente moderninha e dançante, amparada por algorítimos que propagam o que é interessante para a hegemonia de negócios multinacionais. Negócios, aliás, não só com pessoas físicas, mas também com governos. O viés ideológico é um pano de fundo para os senhores da mídia, velha ou nova.
   Faz tempo que a gente lia o jornal na banca ou em casa, via a TV e ouvia o rádio para, depois, sair comentando as notícias com amigos nos bares, na saída da igreja, na esquina, no portão de casa... Às vezes cantarolando,
sem perceber, uma musiquinha de propaganda (“jingle”). Agora temos os memes” com vídeos e imagens animadas. O que nos chega e repassamos é muito maior pela internet, tudo junto e misturado: mensagens de texto, chats, podcasts... A nossa mente gira e a língua até embola!
  Brincadeira à parte, não dá para abrir mão da mídia digital, mais ágil que a mídia convencional. Mas não devemos descuidar do discernimento. Quando crianças, aprendemos muito com a fábula do “lobo na pele de cordeiro”; com um pouco mais de idade, aprendemos na filosofia milenar que “há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”. Saibamos usar o que aprendemos no passado, analisando criteriosamente o que nos laçam pelas redes sociais, portais noticiosos, rádio, canais de TV e jornais.
  A realidade do tempo em que vivemos é a nossa realidade. Não podemos perder a ocasião de aprender cada vez mais com o admirável mundo novo que se apresenta.

Saudações!